13.8.14

Minduim por André Valente

http://capitaoamericaeseusamigos.tumblr.com/

André Valente é um gênio, como eu odeio ele!

Excelsior!

Gabriel Góes

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Como você se envolveu nesse projeto?
Relutantemente.

Você já desenhou ou escreveu tirinhas antes?
Morro antes de fazer isso.

Qual personagem você está fazendo?
O Minduim.

Você tem uma boa relação com o Minduim?
Estamos meio brigados, mas já fomos grandes amigos.

Você acha que o autor original aprovaria a sua versão?
Eu acho que a minha versão foi psicografada pelo autor original.

Você acha a sua versão melhor que o original?
Acho mais honesta.

Você pretende matar o Minduim?
O personagem sempre pretendeu se matar.

Você pretende fazer outro personagem para o Capitão América e seus amigos?
Me recuso.

Como você se sentiria se alguém pirateasse um personagem seu?
Usado.

Como você se sente ao segurar a adaga que matará a mídia impressa?
Certa vez, um velho bonzo escalava uma grande montanha, à procura do templo que residia no seu topo. Um templo famoso, onde estudavam e meditavam sacerdotes iluminados. Perdido no caminho, encontrou um cabrito.
– Senhor cabrito, sabe se o templo fica por esse caminho? – perguntou o bonzo.
– Caprinos não falam, ó nobre bonzo – respondeu o cabrito.
– Se você não fala, caro bode, como é que ouço suas palavras? – indagou o bonzo.
– Onde estão essas palavras de que falas, bonzo? Elas flutuam sobre nossas cabeças? Podes coletá-las e guardá-las em teu alforge?
– É claro que não, cabrito, elas se dissipam e desaparecem ao se chocarem contra meus ouvidos.
– Então nunca poderás mostrá-las a ninguém. Não poderás provar nunca que ouviste tais sons hircinos. Para o mundo, só poderás mostrar tua palavra, que por sua vez, desaparecerá em ouvidos alheios.
Percebendo que se encontrava na presença de uma criatura divina, o bonzo sentou-se numa pedra, abriu um sorriso, e continuou a conversa.
– Mas a verdade é que eu ouvi sim, um cabrito falar. – continuou o bonzo.
– A verdade é que não precisas que outro ser saiba disso, pra que isto seja verdade. – arremedou o bode.
– Compreendo, basta ter ouvido.
– Assim como as palavras de um bode também é o templo que procuras. Não precisas dele para colher dos seus ensinamentos. Não precisas entrar nele para encontrar a iluminação. Suas rezas e seus sacerdotes não precisam existir para que você os ouça e aprenda com eles. Em você, nobre bonzo, já existe a resposta que buscas: o caminho do templo está dentro de ti.
– Será verdade? – indagou o bonzo.
O bonzo pensou por muito tempo. Anoiteceu. Meditando nas palavras do bode, dormiu. Lá mesmo, na encosta da montanha. De manhã, quando acordou, o cabrito não estava mais lá. As nuvens que encobriam o topo da montanha dissiparam, e o bonzo podia ver claramente o telhado do templo. Estava no caminho certo.
Então o bonzo juntou suas coisas e desceu a montanha, pois não sentia mais necessidade de encontrar o templo.





Mais André Valente no oandrevalente.com

2 comentários:

  1. como eu odeio ele!

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  2. Vocês conheciam isso? Uma versão boca-suja dos Peanuts de 1991 http://classic.tcj.com/blog/the-strangest-pictures-i-have-seen-8/

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